quinta-feira, 3 de maio de 2007

Ser ou não ser? Contar ou não contar? eis... a questão!

Bom é meu primeiro post aqui no blog, e quero começar com um assunto um tanto complexo pelo menos pra mim, que é conviver com a bissexualidade ou homossexualidade.

Pensar em assumir uma bissexualidade já foi um problema - só para informar eu sinto atração por mulheres também, porém, se envolver com homens é muito mais fácil porque somos mais simples e objetivos, mas claro quando bate a necessidade uma “guerrinha” em balada hétero resolve - mas o dilema vem: “como assumir para a família que você sente atração por pessoas do mesmo sexo?”, bom se você tem pais liberais que discutem sobre sexo e opções sexuais com você desde quando tinha 10 anos de idade, sem problemas, é mais fácil de aceitar, não que eles amem a idéia de ter um filho homossexual, não é isso, mas vão te respeitar!

Agora quando a família é severamente radical e tradicionalista onde se deve pedir benção até para o vizinho, ou não poder almoçar com o boné na cabeça, o negócio começa a ficar sério. Bem se você se identificou com o que eu falei, é porque temos muito em comum e muitas vezes já pensei em como seria contar para minha mãe ou meu pai e imaginar o que pensariam ou diriam, o fato é que o medo da rejeição é o que mais afasta a minha idéia de assumir, porque querendo ou não vivemos numa sociedade onde ligam a homossexualidade com perversão (imagina se for falar sobre bissexualidade? Vão pensar que durmo a noite com um homem e uma mulher ao meu lado) por culpa da igreja e imagens deturpadas da mídia a tempos atrás é que essa caricatura de promiscuidade fica a tona perante a sociedade, mas voltando ao assunto, certa vez aproveitando uma discussão que tive com minha mãe sugeri que fizéssemos uma terapia familiar, quem sabe assim até aproveitaria a oportunidade e quem sabe escancarava tudo de vez mas ainda bem que ela não aceitou, pois da maneira como ela me respondeu quando questionei sobre a terapia já percebi que seria pior ainda se eu falasse sobre pessoas do mesmo sexo, e engraçado que dias depois vimos um casal gay na rua, duas garotas andavam de mãos dadas e ela simplesmente repugnou falou que aquilo era o fim dos tempo, que era coisa do Diabo (detalhe ela não é nem um pouco religiosa) e ainda falou que os pais delas deveriam se decepcionar muito com aquilo, naquele instante eu me imaginei contando para ela e vendo a cara dela de decepção ódio, rancor e tudo que de ruim pudesse estar passando na cabeça dela, porém eu estava com uma abacate entalada na garganta louco para falar umas boas verdades mas enfim, analisando as conseqüências preferi ficar quieto.

Mas o que ainda me conforta e me faz agüentar tal situação na verdade é conversar com meus amigos, ouvir seus problemas familiares e ver que não sou o único a passar por isso, então me apego a eles onde me identifico no grupo e aproveito bastante, podendo com eles ser eu mesmo sem precisar viver com uma mascara somente para satisfazer o que outras pessoas pensam ou acham que é certo...

Termino aqui meu primeiro post ainda com a dúvida de que devo contar ou não, por enquanto ainda não surtei então vou vivendo cada dia, aproveitando cada momento e empurrando com a barriga, e amanhã eu... bom, amanhã é outro dia só Deus sabe.

Obrigado para quem teve a paciência de ler e se quiserem, aceito comentários sobre...

Beijão a todos fiquem com Deus

3 comentários:

Do YoU ToO??? disse...

Ola,
Soboyster

Muitos de nós que temos opções como a sua, julgada pela sociedade errada, devido a grande influencia da igreja, sofremos com os mesmo problemas que você, todos temos medo de nos abrir.
Muitas das famílias de hoje, ainda tem suas características conservadoras, e essa característica começa a mudar em nossa geração devido a grande “popularização” e “divulgação” pela mídia sobre pessoas que tem interesses em pessoas do mesmo sexo. E este fato passa a ser um ponto de apoio para nos, mesmo não sendo um apoio tão digno, pois ainda que dêem apoio, exploram nossas características e sentimentos.

Um Grade Abraço.
You Too?...

Anônimo disse...

Adoro bogs, tem histórias que me fazem relembrar o passado, outras me deixam excitados e algumas até assustado, mas enfim, blog é muito legal.
Bem, li seus posts e adorei a história dos amigos e você na concordia, realmente essa situação passa da tragédia pra comédia, depois que relaxamo.
Quanto a revelar pra sua mãe sua homo ou bi sexualidade, é uma questão dificil, porque só você conhece bem sua familia e sabe de antecedência qual vai ser a reação deles. O importante é você está ou não preparado para uma resposta negativa, até mesmo agressiva.
Eu particularmente acho que o homo ou o bi tem que impor seu geito de ser, independente da reação dos outros, mas entendo que é na familia que buscamos o principal apoio, quando este nos falta, pode ser muito prejudicial a nossa vida pessoal no futuro.
Então te desejo sorte, pense muito antes de agir, porque você falando ou não, o importante é ter ciência de quem você é, e isso ninguém poderá mudar. Beijos! lindo-amanhecer@hotmail.com

d.brittes disse...

Texto sensacional e condiz com a realidade de muitos outros seres viventes entre nós.
Abraço.